terça-feira, 20 de novembro de 2012

MEU EU BRASILEIRO


      quisera poder pensar
como se faz no velho mundo
      eles me querem espelho
como se não tivesse mistério
       essa minha falta de assunto


                                            paulo leminski

domingo, 18 de novembro de 2012

rascunho achado, rascunho publicado

Macunaíma campeou, campeou

Dito isso, olhei bem fundo nos olhos de Mário. Nos rimos um para o outro e explodimos numa gargalhada mãe e não conseguimos dizer palavras daqueles pensamentos que nos faziam festinhas em baixo da pele. Como se tivéssemos ensaiado a cena, adentrados cada um em si mesmo, bebemos numa talagada só a dose transbordante de água ardente. Sem mais nada, nos rimos um para o outro.

sex sáb e dom às 19h no Palácio Rio Branco, Ssa



Fluidos sobre tv

no bar do Gino, ao lado do Elevador Lacerda, à convite da mostra UrbiCentro

cara ter es






segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

pensando em criação e protocolos...

Salvador, 29 de novembro de 2010.

São quase meia noite, hoje ainda é segunda feira, e eu estou na frente da televisão. Acabei de assistir um programa roda viva com o antropólogo Luiz Eduardo Soares sobre a violência no Rio de Janeiro. Hoje pela manhã discutia sobre a prática artística na Universidade no Laboratório de Criação. Mas me marejaram os olhos as palavras que acabo de ouvir da boca do Tom Zé. Não abro aspas, porque possivelmente as reinvento. Estudei o dodecafonismo, a musica construtivista francesa, o tropicalismo, a musica de Debussy, Wagner, o tonalismo, a bossa nova que me formou enquanto pessoa, eu jogo tudo isso fora, jogo isso tudo no lixo... fico magro, miserável, numa solidão profunda, definhando... é daí que sai a música!
A coçeira no nariz, dum nascedouro de lágrimas que não caem - outras pessoas se arrepiam, eu tenho vontade de chorar - isso tudo me lembra da querida amiga que tive o prazer de ter como orientadora de trabalho na Casa Hoffmann, em Curitiba, Cínthia Kunifas. Sempre muito paciente, muito poucas palavras, muito só estar junto, me lançava olhares de é isso aí toda vez que eu dizia para ela que estava num escuro total, toda vez que só conseguia olhar nos seus olhos, quando eu me deitava no chão e mais nada, quando só vomitava dúvidas com inseguranças com caos com tudo. Ela só estava lá para me dar coragem para seguir no vazio, também miserável, magra, sozinha. Me dizia que estava lá para que fosse possível que eu estivesse mais sozinha. Chega ao fim da residência, se aproxima a mostra final dos artistas e eu entro em pânico em meio ao mais negro escuro. Cinthia, não tenho nada para apresentar! Não tem problema, se vc não tiver nada, pode simplesmente conversar com as pessoas, ou sentar e olhar para elas, ou deitar no chão, ou ficar em pé. Finalmente, resolvi compartilhar com as pessoas a minha tremedeira de impulsos espasmódicos, como vinha fazendo nos últimos meses. Ninguém entendeu nada. O que vc está fazendo? O que vc quer dizer com isso? Nada, estou no escuro, to vendo como são meus espasmos. Nem “cheguei a lugar algum”.
O que de fato querem dos artistas? Os fatos. Os produtos. ? ? Por que tamanha ânsia em apresentar algo? Sim, é a mesma lógica dos editais. Isso é sempre interessante? Não podemos partir para outras possibilidades de investigação? Estamos num treinamento para ganhar editais?
Três anos depois da Hoffmann tenho uma primeira composição coreográfica solo. Percebo o quanto daquelas dúvidas, daqueles vazios me movimentaram, não na direção de respostas e soluções procedimentais ais ais ais.... mas em estar atenta para cutucar as casquinhas das feridas, mantê-las em adoecimento, garantir uma dose de pus. Longe de ser uma solução, o “produto?” não passa de mais perguntas. Tema? Procedimentos de investigação? Metodologia? São ficções que crio como possibilidades de reflexão sobre meu fazer, de compartilhamento com outras pessoas, de estratégia para cumprir com trabalhos acadêmicos para me formar (afinal, esta é a terceira faculdade em que ingresso!), de construir uma narrativa sobre um processo criativo.
Tais ficções – umas mais, outras menos – me estimulam criativamente, me ajudam a fazer uma reflexão crítica do meu trabalho, mas estão longe de serem receitas de bolo para a criação artística. Quando participei de um workshop / orientação criativa com Tadashi Endo, como colaboradora do Teatro Ritual (GO), ouvi-lo dizer aos artistas que estavam desesperadamente buscando temas para defender a estruturação de seu processo criativo: “You should smell the life! Walk aroud, roll on the flor, jump!”
 Me parece que a burocracia dos protocolos de investigação está menos grávida do que as crises. Como entrar em crise junto? Como simplesmente “estar lá” para um grupo de 15 pessoas? Não parece tarefa nada fácil, mas tão pouco me parece agora, refletindo melhor, que a “solução” virá de seminários sobre orientações criativas. Ao contrário (talvez não haja “soluções”), tenho a impressão de que se permitir também a essa miséria de que falava Tom Zé seja uma postura mais cúmplice de um processo criativo.
Tem mais não, to com sono, tenho aula amanhã, vou dormir...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Verborragia ou Carne de minha pernaaaaaa!!!!!!

Então... cheguei em casa ainda pulsando muito depois da aula... meu cérebro parece mais a cauda de um espermatozóide! huahuahuahuahauhaua!
Para dar nome aos bois: isso que fizemos hoje é um tipo de abordagem de conhecimento do corpo (não vamos perder de vista que quando dizemos "o corpo" isso é "nós mesmos") e do movimento chamado Body Mind Centering (BMC), ou seja, Centramento de Mente e Corpo. Guardadas ressalvas dessa dicotomia mente/corpo no enunciado desse sistema iniciado pela norte americana Bonnie Cohen (http://www.bodymindcentering.com/), o que interessa a ela é também essa perspectiva evolucionista, do ponto de vista das nossas histórias individuais (e coletivas) de evolução, ou seja, do indivíduo - esse cara que faz uma dança enorme e muita ginástica para existir, que passa bons meses deitado, se embalando, descobrindo os membros, a visão, etc, etc... que se senta, lida com esse peso esquisito da cabeça, balança, cai, engatinha até andar. Essa aula, em específico, é um cola (um plágio mesmo) do curso fantástico que fiz no c-e-m (centro em movimento) em Lisboa, em novembro de 2008. O curso foi ministrado pela diretora do c-e-m, Sofia Neuparth. http://www.c-e-m.org/
Minha intenção em trazer esse trabalho - que ao meu ver não é reducionista, mas como as coisas do mundo que queremos comunicar, recortamos, delimitamos (sempre de forma dinâmica, ou pelo menos, sempre tentando) - minha intenção foi a de experimentar com a turma uma alternativa de perspectiva de corpo(pessoa) e movimento. Desconfio que há mais do que ossos, músculos e tendões implicados no ato de dançar. 
Mas para seguir mais caminhos da historinha com a qual nos divertimos muito 
no fim da aula (pelo menos eu me diverti!), essa coisa-Mariella-e-as-coisas-dela continua uma dança que leva em média 9 meses até que ela mude drasticamente de ambiente, ou seja, até que ela saia de dentro do corpo da mãe e respire o ar do mundo. Depois disso a dança não cessa (quando a música pára, também não paramos de dançar, né?). Isso tudo continua dançando com a gente, na gente, quer dizer, a gente mesmo dançando existir. (tá bem poético, né?) Pois é... mas tem um tempo em que a coisa-Mariella-e-as-coisas-dela vai tomando jeito de gente, jeito de células... tem um ponto nessa história que me interessa muitíssimo: o que dizemos ser, em determinado estágio do embrião, uma célula óssea, nervosa, capitar, 
complexo de golgi, mitocôndria, etc, etc... seria melhor dizer que a coisa 
ESTÁ uma célula óssea, nervosa, capitar, complexo de golgi, mitocôndria, etc, etc... Porque tá tudo transitando, de um lugar para outro, atravessando membranas, se compactando, expandindo, achatanto, arredondando, encaracolando, aminhocando, dividindo, juntando, ando, ando, ando....
Nosso esqueleto é um esqueleto de adulto (ou seja, chegou ao auge a sua formação) quando temos mais ou menos 25 anos (hehehehehe, então vários de vcs ainda não são adultos!!! huahuahauauha, pelo menos não esqueleticamente!). E aí, depois, esses ossos e tudo mais vai perdendo líquido (água) e isso é envelhecer! e isso é movimento! e isso quer dizer que nem quando morremos paramos, porque ainda há o decompor-se e por aí vai! 
Mas pegando esse gancho dos ossos, tem uma peculiaridade sobre a formação deles: o fêmur tem um tipo de desenvolvimento, digamos assim.., "planejado": ele forma um desenho de fêmur com a cartilagem, assim que essa forma estiver pronta (ou seja, o mapa ou a planta do fêmur), essa cartilagem começa a se calcificar e virar o osso mesmo. 
Agora tem um outro tipo de osso que se forma como as escápulas: elas são aglomerados de cálcio que vão se juntando desordenadamente e quando se dão conta já são escápulas! Fazendo um salto imaginativo com duas piruetas, eu penso: parece que isso também tem a ver com nossos modos de construir o pensamento. Percebo que eu tendo a ser mais como as escápulas e como preciso aprender mais com os fêmurs!
Vou me aproximando (até que enfim!) do meu herói! Que é o cara a quem eu dedico os meus experimentos sem nenhum caráter, que já se contaminaram do louro platinado do meu querido Fernando Lopes, então são os nossos experimentos sem nenhum caráter e o nosso herói, né Fer?! Agora, o nosso herói, Macunaíma, não é um, são trezentos! Tão sem caráter quanto essas coisas-do-corpo-não-especializadas, que saem trocando de lugar, função, caráter…. Louca louca como as escápulas!
Eu já mandei pra vcs alguns textos sobre o trabalho que venho fazendo. Só ainda não tivemos chance de compartilhar as bigs contribuições do Fernando. Ele é um cara muito sem caráter, que reinventou essa história toda comigo, que se pergunta se isso pode não ser dança?! Os experimentos (os que já aconteceram e os que estão por acontecer) tendem a não ter caráter também e é nesse sentido que a chegadinha de Fernandinho me cutuca pra complexificar essa história. Dada a largada, eu prometo (mas não sei se consigo cumprir) ser menos fominha, tá Fer?!
Continuando no problema da minha verborragia incontrolável, peço muito insistentemente que vocês não poupem vossas generosidades conosco! Que escrevam na nossa roda de reflexão virtual, que sejam generosos para botar nessa sopa as questões, trabalhos, conexões, pirações de vocês. Espero degustar de vossos tempêros e ingredientes!

Beijos na bunda e até segunda!

Obs: nem tudo o que eu falei aqui e na aula é verdade e nem cientificamente comprovadíssimo não, viu? É que tem uma hora que o fluxo da história é mais importante que a veracidade dela. Aí, para quem for mais curioso, pode pesquisar melhor e faça o favor de me contar onde foi que eu inventei, tá?!

Obs2: esse texto foi feito logo após o laboratório de corpo e criação do curso de licenciatura em dança da ufba, no dia em que eu orientei o laboratório.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

os bairros flutuantes do Amazonas...

bairros flutuantes... caráteres flutuantes...

aí vai um link para um blog que fiz para escrever um diário sobre minha primeira viagem à Amazônia:
http://pobeatriz.multiply.com/journal

Muitas das questões acerca do herói e do "sem nenhum caráter" passearam por esses textos...

obs: está sendo ultra-divertida essa incursão no processo do herói!!!!

Manaus, 2007

O Amazonas, os flutuantes, os barcos entupidos de redes balançando, o rio, a companhia de Macunaíma e da Cobra Norato, cada vez se ampliando mais de sentidos!

mais uma da hoffmann...

Casa Hoffmann - Curitiba 2007

Mostra do trabalho em processo intitulado }{
Inicialmente, a proposta era chamada de "Tronchorô", mas depois optei pelo títulografismo }{.
Meu foco investigativo era os estados corporais entre os estímulos do choro e do riso, mas isso levou para tantos lugares que não me apeteciam ser nomeados com palavras... talvez  por ignorância ou covardia, talvez por coerência... quem sabe?

domingo, 23 de maio de 2010

Espaço experimental singular - c-e-m 2009

Mostra no final da residência no c-e-m...

tatuagem...

c-e-m, Lisboa 2008

primeiro experimento com papel e carvão...
exercícios de documentação

1º espaço experimental no c-e-m, Lisboa 2008

Nesta época o enfoque do trabalho era a relação entre o corpo e o chão. Meu interesse passeava muito pela curiosidade da produção sonora do atrito da minha pele com o chão. Essa curiosidade se desenrolou para o trabalho de corpo que gerou o corpo s/ papel...

ensaios na interpress - Lisboa 2008

Retropespectivando...

Lembrei de alguns blogs que já fiz pelo meio do caminho... entendo que eles estão todos nesse caldo que chamamos "processo criativo", aqui vão alguns links:

www.percursando.blogspot.com
http://percursando.blogspot.com/2009/04/um-abatanado-no-cafe-leiteira.html 
http://percursando.blogspot.com/2009/04/entre.html 


www.residenciando.blospot.com
http://residenciando.blogspot.com/2008/10/primeiro-texto-paula.html 
http://residenciando.blogspot.com/2008/11/como-vai-o-corpo.html 



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Feedback de Cacá Nadai pós ensaio (semi-aberto)


Bom dia Paulinha,

Estava pensando em seu trabalho, e queria lhe dizer mais algumas coisas, ou repetir algumas anotações pra você...Em primeiro lugar agradecer o convite pelo ensaio 'semi aberto'.

Acredito que a gente sente quando um trabalho é bom quando volta pra casa e de vez enquando ele surge como imagem, ideia, ou seja, continua a reverberar em nossos corpos... e sinto isso em seu processo, sua dança.

O estranho que se constrói progressivamente passa a ser algo natural, a forma grotesca teve pra mim um sentido tão irônico, que por hora nos sentimos (platéia) grotescos ao te ver, porque o rizível está invertido...não rimos de você, mas você ri de nós. E nesse momento deixa de ser grotesca. Esse entre de sensações e imagens que você conseguiu fazer emergir, é muito interessante.

Penso que diferente do alguns colegas disseram, você não tenta traduzir Macunaíma algum... Você cria o macunaíma que lhe é possível, construindo características do herói sem carater que seu corpo é capaz de organizar, entende o seu, suas possibilidades...e a partir dela desdobra e faz surgir as tantas imagens que comentamos (homem, índia, mulherm coisa, bicho, pomba gira....)

Parabéns!

Bjs

Cacá

terça-feira, 18 de maio de 2010

Experimento – corpo s/ papel


Ficha técnica

Performer criadora| Paula Carneiro Dias

Trilha sonora| Paula Carneiro Dias, com colaboração de Mateus Dantas

Iluminação e colaboração cênica| Aldren Lincoln

Colaboração| Fernando Lopes, Sandra Corradini, Mateus Dantas, Tiago Ribeiro, Cacá Nadai, Laura Pacheco, Gilsamara Moura, Giltanei Amorin, Lenira Rengel, Lela Queiroz

Para o herói: experimentos sem nenhum caráter - fluidos s/ TV e corpo s/ papel



“Para o herói: experimentos sem nenhum caráter” é dedicado a Macunaíma, o herói de nossa gente, portanto, um “herói sem nenhum caráter”. Um brasileiro.

O caráter ao qual se refere Mário de Andrade[1] vem de característica. Macunaíma, como “legítimo” herói brasileiro, não tem nenhuma característica. Mas não podemos perder de vista as inúmeras e deliciosas provocações de Mário, pois antes que algum patrício possa assuntar, Macunaíma não é nenhum ser neutro não, gente! Macunaíma é atravessado por uma imundície de caráteres. Mas tantos, que se torna “sem nenhum caráter”. Mário propõe uma brincadeira antropogáfica para engolir e sangrar as idéias de identidade nacional, legitimidade, moralidade. Macunaíma perverte essa coisarada toda, com muito erotismo. Juque!

Eu sou ele também. Li Macunaíma pela primeira vez na escola. Nessa época, isso foi uma surra-mãe. Me sentia apanhando mesmo do livro, como se ele riscasse a faca no chão e me intimasse para a peleja. Poucos anos depois, comprei um exemplar num sebo, que me faria companhia intermitente até hoje. Então me foi crescendo um amor pelo herói – ele que também é mau-caráter.

Sou campo grandense, mandioqueira, filha de paulista com curitibana. Passei a infância no Mato Grosso do Sul, a adolescência no Paraná, morei por 6 meses em Londres, quando tinha 13 anos, e tempos depois me piquei pra Bahia para agarrar a arte como profissão depois de ter estudado turismo e ciências sociais.

Me interesso pelo corpo que passeia por gentes, bichos, máquinas, sotaques mestiços, as aventuras da mestiçagem – que os brasileiros somos experts.

Em “Para o herói: experimentos sem nenhum caráter – fluidos s/ TV” me visto como uma piriguete, com a minha cara de francesinha. Me sento ao lado da TV, chupo uma bala garoto, babo e choro lágrimas de colírio sobre a imagem de minha cara inchada de choro, que está coberta por um papel de seda branco. À medida que a baba e o choro escorrem pelo papel, a imagem vai se revelando. Até que a acaricio e o papel, já completamente molhado, gruda na TV e a imagem se torna mais nítida. A minha cara de choro na TV esboça um sorriso. Me interessa essa imagem porque ela me desafia: não me mostro assim para os outros, não é exatamente como as pessoas me identificam. Com essa cara pavorosa e deprimente vou crescendo um sorriso – sem caráter! – como a lágrima de colírio e as flores de plástico ao lado da TV. Sem caráter como a minha roupa de piriguete chupando bala garoto para conseguir babar mais.

Em “Para o herói: experimentos sem nenhum caráter – corpo s/ papel” existem outros tipos de operação. Criei uma imagem inicial muito limpa: um papel branco, de mais ou menos 5m, estendido no chão, sobre ele, trechos de Macunaíma escritos em carvão e eu deitada, vestida de branco, terminando de escrever. Me dispo e, como mais um pedaço de papel branco, me deito ao final do papel. Aos poucos vou continuando a escrita, desta vez imprimindo o texto de carvão sobre meu corpo branco. Vou me sujando de carvão, de movimento e de estados corporais. Como um bicho máquina jacaré devoro o texto borrado até cair numa gargalhada silenciosa – com uma satisfa-mãe que só um herói pode ter!



[1] Mário de Andrade é autor do livro “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” em 1928.

“Para o herói: experimentos sem nenhum caráter – corpo s/ papel”

Corpo sobre papel... carvão tatuado num papel-branco-pele. Macunaíma assuntando por linhas que viram outras escritas – mata-borrão, borrão, rascunho amassado. Como um bicho máquina jacaré devora o texto borrado até cair numa gargalhada silenciosa – com uma satisfa-mãe que só um herói pode ter!

Divulgação Quarta Q Dança